Podes guardar o pão
para muitos dias,
ainda que o excesso de tua casa
signifique ausência do essencial
entre os próprios vizinhos;
Todavia, quanto puderes,
alonga a migalha de alimento
aos que fitam debalde
o fogão sem lume.
Podes conservar armários
repletos de veste inútil,
ainda que a traça
concorra contigo à posse
do pano devido
aos que se cobrem
de andrajos;
No entanto, sempre que possas,
cede a migalha de roupa
ao companheiro que sente frio.
Podes trazer bolsa farta,
ainda que o dinheiro supérfluo
te imponha problemas e inquietações;
Contudo, quanto puderes,
oferece a migalha de recurso
aos irmãos em necessidade.
Podes trazer bolsa farta,
ainda que o dinheiro supérfluo
te imponha problemas e inquietações;
Podes alinhar perfumes e adornos
para uso à vontade, ainda que pagues caro
a hora do abuso;
Mas, sempre que possas,
estende a migalha de remédio
aos doentes em abandono.
Um dia,
que será certo em tua vida,
deixarás pratos cheios
e móveis abarrotados,
cofres e enfeites,
para a travessia
do novo caminho...
... Entretanto,
não caminharás perdido
na noite sem estrelas
porque as migalhas de amor
que tiveres distribuído
estarão multiplicadas
como bênçãos
e tochas de luz
em tuas mãos.
Em um venerado mosteiro conservava-se uma harpa mágica, da qual, segundo os antigos oráculos, brotaria uma melodia maravilhosa no dia em que fosse dedilhada por um artista capaz de tocá-la devidamente.
Atraídos pelo oráculo e com a esperança de se tornar famosos, muitos iam ao santuário, garantiam que eram grandes harpistas e pediam para que lhes deixassem tentar tocar a harpa mágica.
Mas todos fracassavam, do instrumento só saiam os mais desagradáveis ruídos.
Tanto os monges que viviam no mosteiro como todo o povo do lugar já haviam perdido as esperanças de que pudesse aparecer alguém
capaz de tocar aquele instrumento misterioso quando, um dia, se apresentou ali um humilde homem.
Era um desconhecido e ninguém imaginava que chegaria a conseguir aquilo que tantos músicos célebres haviam fracassado.
Quando o homem começou a dedilhar o instrumento com delicadeza, como se estivesse acariciando as cordas com os dedos, tinha-se a sensação de que a harpa e o harpista haviam sido fundidos em um único ser.
Durante bastante tempo, que a todos lhes pareceu como um segundo, ouviram uma melodia com a qual sequer poderiam ter sonhado.
Por fim, o homem acabou de tocar e devolveu com grande reverência a harpa aos monges,
estes maravilhados, perguntaram-lhe como conseguira tocar aquela música com um instrumento do qual os mais famosos músicos
não haviam sido capazes de tirar sequer uma nota afinada.
Então o homem respondeu com grande humildade:
todos os que me precederam na tentativa
chegaram com o propósito de usar a harpa para se envaidecer.
Eu, apenas me submeti inteiramente a ela e emprestei-lhe meus dedos, para que não fosse eu a lhe impor a minha música, mas que ela pudesse cantar tudo o que leva dentro de si.
Então, a madeira da harpa, que havia sido uma árvore centenária vibrou para cantar o ritmo do sol e da lua, os resplendores da aurora e do ocaso, a força do vento, o rumor da chuva, o silêncio das nevadas, o calor do verão e o frio do Inverno, a ilusão de tantas primaveras e a tristeza do Outono; em suma a história da própria natureza.
É um instrumento maravilhoso que não pode ser tocado por aqueles que estão cheios de si mesmos, é preciso esvaziar-se diante da harpa para deixar que ela mesma toque a sua melodia.
Às vezes nas nossas vidas também precisamos esvaziar a nossa mente e nossas atitudes e deixar que ela tome o seu rumo, conforme a vontade de Deus...
Há coisas bonitas na vida!
Sim... Mas, bonitas são as coisas vindas do interior de cada um, as palavras simples, sinceras e significativas.
Bonito é o sorriso que vem de dentro, o brilho dos olhos, o beijo soprado...
Bonito é o dia de sol depois da noite chuvosa ou as noites enluaradas de verão em que quase todos passeiam...
Bonito é procurar estrelas no céu e dar de presente ao amigo, amiga, namorado, neto...
Bonito é achar a poesia do vento, das flores, do mato, dos animais e das crianças.
Bonito é gostar da vida e se deixar viver de um sonho.
Bonito é ver a realidade da vida, sem nunca ser extremista, e acreditar na beleza de todas as coisas.
Bonito é a gente continuar sendo gente com G maiúsculo em qualquer situação, principalmente nos momentos de dificuldade.
Bonito é sermos nós mesmos... nesta bonita vida...!!!
Que neste Natal,
eu possa lembrar dos que vivem em guerra,
e fazer por eles uma prece de paz.
Que eu possa lembrar dos que odeiam,
e fazer por eles uma prece de amor.
Que eu possa perdoar a todos que me magoaram,
e fazer por eles uma prece de perdão.
Que eu lembre dos desesperados,
e faça por eles uma prece de esperança.
Que eu esqueça as tristezas do ano que termina,
e faça uma prece de alegria.
Que eu possa acreditar que o mundo ainda pode ser melhor,
e faça por ele uma prece de fé.
Obrigada Senhor
Por ter alimento,
quando tantos passam o ano com fome.
Por ter saúde,
quando tantos sofrem neste momento.
Por ter um lar,
quando tantos dormem nas ruas.
Por ser feliz,
quando tantos choram na solidão.
Por ter amor,
quantos tantos vivem no ódio.
Pela minha paz,
quando tantos vivem o horror da guerra.