Podes guardar o pão
para muitos dias,
ainda que o excesso de tua casa
signifique ausência do essencial
entre os próprios vizinhos;
Todavia, quanto puderes,
alonga a migalha de alimento
aos que fitam debalde
o fogão sem lume.
Podes conservar armários
repletos de veste inútil,
ainda que a traça
concorra contigo à posse
do pano devido
aos que se cobrem
de andrajos;
No entanto, sempre que possas,
cede a migalha de roupa
ao companheiro que sente frio.
Podes trazer bolsa farta,
ainda que o dinheiro supérfluo
te imponha problemas e inquietações;
Contudo, quanto puderes,
oferece a migalha de recurso
aos irmãos em necessidade.
Podes trazer bolsa farta,
ainda que o dinheiro supérfluo
te imponha problemas e inquietações;
Podes alinhar perfumes e adornos
para uso à vontade, ainda que pagues caro
a hora do abuso;
Mas, sempre que possas,
estende a migalha de remédio
aos doentes em abandono.
Um dia,
que será certo em tua vida,
deixarás pratos cheios
e móveis abarrotados,
cofres e enfeites,
para a travessia
do novo caminho...
... Entretanto,
não caminharás perdido
na noite sem estrelas
porque as migalhas de amor
que tiveres distribuído
estarão multiplicadas
como bênçãos
e tochas de luz
em tuas mãos.
Teo esperou, esperou e... nada de resposta à sua carta. Pensou então que o estado onde vivia, poderia servir de exemplo ao país e escreveu então uma carta ao Governador com a sua fórmula de Paz. Teo esperou, esperou, esperou e... nada de resposta à sua carta.
Pensou ainda: talvez seja mais fácil convencer o Presidente da nossa cidade.
E escreveu assim uma última carta recomendando que tudo fosse pintado de azul (azul claro, é claro!)
Teo esperou, esperou, esperou e ... nada de resposta à sua carta. Desanimado por ninguém dar atenção a um assunto tão importante como a Paz no mundo, Teo sentou-se à sombra de uma frondosa árvore defronte da sua casa, abaixou a cabeça e começou a chorar.
Chorou tanto que adormeceu ali.
Quando acordou, Teo olhou para sua casa do outro lado da rua. Que surpresa! Por incrível que pareça, só agora percebera, que ela era amarela! E já bem desbotada.
Levantou-se num pulo e gritou: "Isto depende de mim, de mais ninguém! Ela vai ser azul (azul claro, é claro!)
E Teo pintou e pintou. Dentro de pouco tempo a casinha já não era a mesma, parecia outra.
Estava renovada, linda. Estava toda Azul.
Teo havia feito aquilo que dizia para os outros fazerem.
Ele estava feliz consigo mesmo.
Tinha dado início ao plano de tornar o mundo todo azul (azul claro, é claro). Sem que ninguém desse conta e sem que Teo percebesse, ele estava interferindo de uma forma muito positiva no mundo todo.
Sim, pois todos que por ali passavam paravam, olhavam e se admiravam com a beleza da casa. E se passassem sisudos, irritados, dali partiam sorrindo. E muitas e muitas pessoas gostaram tanto daquela cor, que também pintaram suas casas.
Teo percebeu, afinal, que o mundo seria melhor se cada um fizesse tudo o que estivesse ao seu alcance fazer para viver em Paz, sem nenhuma imposição, lei ou ordem de governos.
Se todos dessem a sua contribuição, espalhasse o seu azul, tudo ficaria em Paz. Sua ideia, sem demora, pelo mundo se espalhou e se tornou tão real, que quando os astronautas vão para a lua, e de lá olham para Terra, atestam que o que se vê é uma linda esfera azul (azul claro, é claro!).
Azul da cor do céu.
Azul da cor da Paz.
Um azul, azul.
Azul claro, é claro!
Se também sonha com um mundo melhor, onde as pessoas vivam em harmonia, onde o equilíbrio não seja só uma palavra, mas uma acção, então faça a sua parte. Leve a Paz dentro de si, onde quer que vá.
E que todos os seus dias sejam de Paz.
Um amigo do viajante resolveu passar algumas semanas num mosteiro do Nepal.
Certa tarde, entrou num dos muitos templos do mosteiro, e encontrou um monge, sorrindo, sentado no altar.
- Por que o senhor sorri? Perguntou ao monge.
- Porque entendo o significado das bananas, disse o monge, abrindo a bolsa que carregava, e tirando uma banana podre de dentro.
- Esta é a vida que passou e não foi aproveitada no momento certo, agora é tarde demais.
Em seguida, tirou da bolsa uma banana ainda verde. Mostrou-a e tornou a guardá-la.
- Esta é a vida que ainda não aconteceu, é preciso esperar o momento certo, disse.
Finalmente, tirou uma banana madura, descascou-a, e dividiu-a com o meu amigo, dizendo:
- Este é o momento presente. Saiba vivê-lo sem medo.