"Não busque boas aparências, elas podem mudar. Só precisamos de um sorriso para transformarmos um dia ruim."
Teo esperou, esperou e... nada de resposta à sua carta. Pensou então que o estado onde vivia, poderia servir de exemplo ao país e escreveu então uma carta ao Governador com a sua fórmula de Paz. Teo esperou, esperou, esperou e... nada de resposta à sua carta.
Pensou ainda: talvez seja mais fácil convencer o Presidente da nossa cidade.
E escreveu assim uma última carta recomendando que tudo fosse pintado de azul (azul claro, é claro!)
Teo esperou, esperou, esperou e ... nada de resposta à sua carta. Desanimado por ninguém dar atenção a um assunto tão importante como a Paz no mundo, Teo sentou-se à sombra de uma frondosa árvore defronte da sua casa, abaixou a cabeça e começou a chorar.
Chorou tanto que adormeceu ali.
Quando acordou, Teo olhou para sua casa do outro lado da rua. Que surpresa! Por incrível que pareça, só agora percebera, que ela era amarela! E já bem desbotada.
Levantou-se num pulo e gritou: "Isto depende de mim, de mais ninguém! Ela vai ser azul (azul claro, é claro!)
E Teo pintou e pintou. Dentro de pouco tempo a casinha já não era a mesma, parecia outra.
Estava renovada, linda. Estava toda Azul.
Teo havia feito aquilo que dizia para os outros fazerem.
Ele estava feliz consigo mesmo.
Tinha dado início ao plano de tornar o mundo todo azul (azul claro, é claro). Sem que ninguém desse conta e sem que Teo percebesse, ele estava interferindo de uma forma muito positiva no mundo todo.
Sim, pois todos que por ali passavam paravam, olhavam e se admiravam com a beleza da casa. E se passassem sisudos, irritados, dali partiam sorrindo. E muitas e muitas pessoas gostaram tanto daquela cor, que também pintaram suas casas.
Teo percebeu, afinal, que o mundo seria melhor se cada um fizesse tudo o que estivesse ao seu alcance fazer para viver em Paz, sem nenhuma imposição, lei ou ordem de governos.
Se todos dessem a sua contribuição, espalhasse o seu azul, tudo ficaria em Paz. Sua ideia, sem demora, pelo mundo se espalhou e se tornou tão real, que quando os astronautas vão para a lua, e de lá olham para Terra, atestam que o que se vê é uma linda esfera azul (azul claro, é claro!).
Azul da cor do céu.
Azul da cor da Paz.
Um azul, azul.
Azul claro, é claro!
Se também sonha com um mundo melhor, onde as pessoas vivam em harmonia, onde o equilíbrio não seja só uma palavra, mas uma acção, então faça a sua parte. Leve a Paz dentro de si, onde quer que vá.
E que todos os seus dias sejam de Paz.
Os dedos que se apertam com força em redor do nosso indicador quando lhe tocamos na palma da mão, as orelhas tão pequeninas, mas cheias de personalidade, o nariz, às vezes só uma bolinha pequenina, outra vez tão definido e «adulto», a boca que chucha com a força de uma ventosa.
Os recém-nascidos não se podem ver só com os olhos, é preciso percorrer-lhes as feições, como se percorrêssemos no mapa o traçado de uma estrada.
E depois, começar a (re) conhecê-los, hora a hora, dia a dia, para descobrir que, mesmo quando os nossos bebés já têm vinte ou trinta anos, ainda olhamos para eles como se os víssemos pela primeira vez.
Os recém - nascidos não são decididamente uma tábua rasa, em que inscrevemos aquilo que nos apetece, nem massa que moldamos a contento ou se forme segundo a nossa vontade. E é esse o seu maior fascínio.
Os nossos recém-nascidos já têm um passado que tantas vezes preferimos ignorar, na certeza de que aquilo que não vemos não existe.
Se Nossa Senhora entrasse em muito bom consultório obstétrico ou maternidade a dizer que sentia o «menino a saltar-lhe de alegria no ventre», seria recebida, na melhor das hipóteses, com um sorriso condescendente.
Dir-lhe-iam que um feto não tem tais sentimentos e que os «saltos» eram provocados por um qualquer problema digestivo ou outra razão muito técnica e cinzenta, muito clínica, muito médica, mas muito, muito longe da realidade…
E se até agora era sempre a nossa palavra de mães contra a deles, a dos «especialistas», o cenário está a mudar.
Documentários como a VIDA NO VENTRE, transmitido na televisão mostram-nos um feto que pestaneja intensamente quando está assustado, que ensaia pontapés e brinca com o cordão umbilical, que chucha o dedo para se acalmar, que se agita e reage à dor e, sim, que sorri.
Pode não dar jeito a algumas pessoas que assim seja, mas assim é. O feto invisível revela-se e prova aquilo que pressentíamos: que existe antes de ter registo no cartório notarial da esquina.
Quando olhamos o feto a flutuar no líquido quente do seu espaço, o corpo da mãe a amortecer os embates do mundo, quando sabemos com cada vez mais certeza, a influência do «primeiro encontro» entre mãe e filho, perguntamos com que direito é que continuamos a tornar tão difícil o momento do nascimento.
Ao ver o feto aninhado, o ritmo do coração a embalá-lo, percebo porque é que, aparentemente, não temos memória desses tempos.
É que, se nos lembrássemos, corríamos o risco de querer urgentemente para lá voltar.
Isabel Stilwell
(“Notícias Magasine”).